November 25, 2005

Nosso "herói de dois mundos" é…

Giuseppe Garibaldi! Pesquisando a internet, os interessados poderão encontrar páginas e mais páginas sobre esse herói „multinacional”. Iluminarei portanto somente alguns pontos que a maioria talvez não conheça:

Nascido em 1807 em Nizza (hoje Nice, na França, então parte do reino da Sardenha-Piemonte), aos 26 anos já era capitão de navio. Um ano depois foi condenado à morte por motivos políticos e teve que fugir para a América do Sul.

No Brasil ingressou na Ordem Maçônica e teve participação destacada na Guerra dos Farrapos. Casou-se com a catarinense Ana Maria de Jesus Duarte Ribeiro, que deixou o marido sapateiro para segui-lo. Organizou a Legião Italiana em Montevidéu em 1843, de onde saíram os primeiros „Camisas Vermelhas” (em húngaro, Vörösingesek). A Legião foi essencial para evitar a tomada de Montevidéu pelos argentinos. Mesmo assim, na Argentina ele também é muito querido.

Em 1848 retornou à Europa (que fervia com revoltas por toda a parte) para lutar pela unificação italiana. Garibaldi conseguiu ocupar Roma com suas tropas, mas perdeu a guerra contra os franceses e os napolitanos. Na fuga de Roma sua esposa Anita Garibaldi morreu.

Seu segundo exílio iniciou-se no Marrocos, depois foi para os Estados Unidos e de lá para o Peru, onde exerceu outra vez seu ofício de capitão de navio mercante. Fez bons investimentos. Em 1854 voltou à Europa. Encontrou-se com o líder revolucionário húngaro Lajos Kossuth em Londres, início de uma longa amizade.

Um ano depois arrumou dinheiro repentinamente (provavelmente fruto dos investimentos mencionados há pouco) e comprou a Ilha de Caprera, perto da Sardenha.

Em 1860, sabendo que as coisas estavam fervilhando na Sicília, foi para lá com 1064 homens, entre os quais haviam 2 húngaros: István Türr e Lajos Tüköry. Após as primeiras vitórias seu exército cresceu em número a ponto de ocuparem Palermo (onde Tüköry morreu em batalha).

No final do mesmo ano ocupou Nápoles e propos armistício ao Rei Vitor Emanuel II, entregando-lhe o poder. Recusou honrarias, um castelo, o título de nobreza e a pensão vitalícia oferecidos pelo monarca. Retornou à sua ilha com um saco de farinha, um queijo, um pão, uma lata de arenques e quatro moedas de ouro.

Sua última participação como líder militar foi ao lado dos franceses contra a Prússia em 1870. Morreu em 1882, aos 74 anos, na sua casinha em Caprera, onde está enterrado.

Na Hungria ele também é um herói nacional. Quando Lajos Kossuth faleceu em Torino em 1894, o governo italiano providenciou um vagão especial para o transporte do caixão. A cada estação que o trem parava veteranos „camisas vermelhas” das tropas de Garibaldi aguardavam Kossuth em posição de sentido e saudavam-no com suas bandeiras rasgadas em batalha.

Pelo menos uma canção folclórica húngara fala do „chapéu de Garibaldi” e há um doce chamado „Fatia de Garibaldi”. Nosso herói nunca pisou em solo húngaro. Quando chamaram-no para participar das lutas contra os austríacos, ele respondeu: „eu costumo ser convidado pelo som de um canhão”.

3 comments:

Gábor said...

Gyuri, a mae de Garibaldi chamava-se Rosa Raimondi e era de Genova. Será que tres dos seus filhos nao sao descendentes?

Anonymous said...

c sabia que está sendo gravado um filme aqui no Brasil com a história do Giuseppe Garibaldi??? Vale a pena conferir quando for lançado!!!!

Anonymous said...

Raimondi é um nome muito comum ... quem sabe?